Tema, ambientação e atmosfera muito semelhantes ao
do ótimo “O vencedor”, longa anterior de David O. Russell. Destaque inevitável
para o roteiro, do próprio diretor, que explora as possibilidades cômicas do romance
original. Bradley Cooper e Jennifer Lawrence emprestam carisma e verossimilhança
a personagens difíceis, principalmente a moça. Robert de Niro não aparecia tão
bem havia muito tempo, embora a boca torta continue lá.
O fotógrafo Masanobu Takayanagi, que fez muitos
filmes de ação, utiliza uma câmera ágil e imersa no drama, o que em certos
momentos remete a John Cassavetes e aos primeiros Robert Altman. É este o
universo característico de Russell, nem tanto original ou inovador, mas calcado
em recursos eficazes e inegável competência. A trilha sonora é um achado,
incluindo Rare Earth, Dylan & Cash, Led Zeppelin, Frank Sinatra, Johnny
Mathis, Dave Brubeck.
O título em português, imbecil, pretende
antecipar que no final tudo ficará numa boa. Tipo: não acredite na sinopse,
você vai conseguir esquecer sua vida miserável e tirar da experiência uma lição
positiva. Bleargh.
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