As limitadas substituições ministeriais que Dilma
Rousseff acaba de realizar frustraram alguns analistas, que talvez esperassem
uma reforma digna do nome. Questões administrativas à parte, contudo, no que
tange ao cenário eleitoral de 2014, as discordâncias me parecem um tanto
precoces.
A dependência da bancada peemedebista é inevitável
para qualquer governo que pretenda alguma solidez no relacionamento com o Legislativo.
Soa bonito defender o fim das coalizões negociadas, mas a conta das
alternativas simplesmente não fecha. Um partido de abrangência nacional, embora
fragmentado regionalmente, agrega identidade programática mínima onde um
punhado de legendas adversárias formaria um mosaico imprevisível.
O Planalto ainda aposta na preservação do
primeiro. A ponderação de Lula sobre a vaga de vice-presidente apenas insinua
ao PMDB que ele não representa a única possibilidade competitiva
eleitoralmente. É a pura verdade, e coloca freios momentâneos a arroubos de
independência de quadros peemedebistas nas disputas regionais. E há muito a ser
negociado nesse quesito.
A falta de mudanças drásticas no ministério indica
prudência, e contempla a base com um gesto apaziguador. A cúpula governista evita se pautar pelas movimentações e bravatas de PSB e PSD, ávidos por
brechas desagregadoras na coligação federal. Até que o quadro da disputa de
2014 esteja mais definido, é uma estratégia compreensível para quem desfruta
das melhores perspectivas de vitória.
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