Maior injustiça do Oscar, devidamente consagrado
em Veneza. Hollywood puniu com o esquecimento esse ousado relato sobre os
primórdios da cientologia, culto estranho que possui muitos adeptos no meio
cinematográfico local. Seu criador, L. Ron Hubbard, é a evidente inspiração do
protagonista, embora com algumas licenças narrativas, e apesar da profusão de
temas abordados.
Paul Thomas Anderson novamente confirma sua
posição entre os melhores cineastas da sua geração. Cada plano é tenso,
preciso, inesperado. O texto é provocativo, relevante, lírico. As atuações de
Philip Seymour Hoffman e Joaquin Phoenix são viscerais, especialmente a do
primeiro, composição talvez inigualável de uma carreira de altíssimo nível.
Mas nenhuma das muitas qualidades do filme se
equipara à assombrosa fotografia do jovem Mihai Malaimare Jr (que trabalhou nos
últimos filmes de Francis Coppola), verdadeiro milagre de texturas, brilhos,
luzes, cores incríveis. A experiência visual chega a ser comovente em si mesma.
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