É bem curiosa a pressa da mídia oposicionista em
desconstruir a onda de boatos sobre o fim do Bolsa Família. Nem tanto pela
antiga estratégia utilizada, a de responsabilizar o governo federal. Bastaria uma
tosca falha de comunicação da Caixa Econômica, dentre as muitas cotidianas,
para que a correria às agências ganhasse um suposto motivo. O inusitado aqui
emana das abordagens contraditórias dedicadas ao episódio.
Primeiro, houve repentina atenção a um evento que
os próprios veículos tentavam classificar de fortuito. Mas logo ficou claro que
a proporção e a cronologia do logro suplantavam o alcance de um boca-a-boca
trivial. Os óbvios indícios de orquestração mereceriam um dedicado esforço
investigativo da imprensa, no mínimo para afastar de vez as piores suspeitas.
Tratava-se, afinal, de impedir a vitimização fácil do governo.
Então o assunto simplesmente deixou de interessar
ao noticiário. Empresas poderosas de comunicação, dotadas de recursos
inesgotáveis e fontes obscuras nos meandros institucionais, preferem agora
esperar que a Polícia Federal conclua suas pesquisas. Só voltam ao tema para
reforçar a culpa da Caixa, como se acreditassem que um erro de abrangência
nacional pudesse ter gravidade potencializada regionalmente através de qualquer
urucubaca aleatória.
Surto de incompetência? Receio de lembrar certas estratégias agressivas das campanhas eleitorais recentes? Ou a turma já sabe de
alguma coisa que não convém divulgar?
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