quarta-feira, 5 de junho de 2013

Operação boataria


















É bem curiosa a pressa da mídia oposicionista em desconstruir a onda de boatos sobre o fim do Bolsa Família. Nem tanto pela antiga estratégia utilizada, a de responsabilizar o governo federal. Bastaria uma tosca falha de comunicação da Caixa Econômica, dentre as muitas cotidianas, para que a correria às agências ganhasse um suposto motivo. O inusitado aqui emana das abordagens contraditórias dedicadas ao episódio.

Primeiro, houve repentina atenção a um evento que os próprios veículos tentavam classificar de fortuito. Mas logo ficou claro que a proporção e a cronologia do logro suplantavam o alcance de um boca-a-boca trivial. Os óbvios indícios de orquestração mereceriam um dedicado esforço investigativo da imprensa, no mínimo para afastar de vez as piores suspeitas. Tratava-se, afinal, de impedir a vitimização fácil do governo.

Então o assunto simplesmente deixou de interessar ao noticiário. Empresas poderosas de comunicação, dotadas de recursos inesgotáveis e fontes obscuras nos meandros institucionais, preferem agora esperar que a Polícia Federal conclua suas pesquisas. Só voltam ao tema para reforçar a culpa da Caixa, como se acreditassem que um erro de abrangência nacional pudesse ter gravidade potencializada regionalmente através de qualquer urucubaca aleatória.

Surto de incompetência? Receio de lembrar certas estratégias agressivas das campanhas eleitorais recentes? Ou a turma já sabe de alguma coisa que não convém divulgar?

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