Os médicos brasileiros são insuficientes e mal distribuídos no território nacional. A contratação de estrangeiros ajudaria a
resolver o problema, desde que se pudesse coibir a fuga dos
profissionais para os grandes centros urbanos. O governo federal tenta elaborar soluções que aliem essas necessidades.
Os argumentos contrários do Conselho Federal de
Medicina reciclam o discurso usual do corporativismo lobista: o tom peremptório,
as aspirações supra-institucionais, a ânsia de administrar a vida pública
brasileira. E muitas exigências rigorosas, mas permeadas pelo subtexto
arrecadador inevitável.
É típico das guildas transferir responsabilidades.
Faltam doutores nos rincões? Repelidos pela péssima infra-estrutura. Os espertalhões
“atendem” cinco pacientes por minuto e cobram à parte para realizar
procedimentos cobertos pelos planos de saúde? É que estes pagam mal. Erros
crassos de diagnóstico e tratamento? Sobrecarga de trabalho e má formação
acadêmica. E os conselhos, que deveriam punir as irregularidades? Estão
ocupados falando mal do governo.
A mídia oposicionista faz exatamente o que
repudiou, inflada de espírito cívico, durante as lutas de Barack Obama para
aprovar a reforma do sistema estadunidense. Ouve apenas um setor dos
profissionais brasileiros da Saúde, reproduz mistificações e logros
estatísticos, promove fatalismos e linchamentos pessoais.
Mas não falta método a esse padrão tosco de cobertura
das questões ligadas à área. Ele se repete desde que Alexandre Padilha começou
a ser apontado como possível candidato petista ao governo de São Paulo. Daí não
passarmos uma semana sem qualquer insignificância “polêmica” a malhar a imagem
do ministro.
Que ninguém se surpreenda, portanto, caso os
legisladores midiáticos do STF apareçam para “curar” as suas novas iniciativas.
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