É curioso como os filmes de zumbi, salvo aqueles
francamente escrachados, costumam recorrer a um apelo dramático próprio do mais
denso realismo. Os roteiristas parecem levar a sério a idéia de gente
despersonificada que come os “vivos” e transmite-lhes as próprias tragédias. Ou
precisam dar uma embalagem solene a essa fantasia estapafúrdia, chamando a
atenção para os diversos aspectos metafóricos do tema.
Brad Pitt se esforça, apesar dos cacoetes e do
penteado. Mas o astro não precisa fazer muito, pois a parte mais intensa cabe à
excelente Mireille Enos, da série The Killing. A química de ambos constitui um
detalhe emocional superior à da média do gênero, usualmente sofrível nas
atuações.
Por falar nisso, já não resta qualquer dúvida de
que se trata de um gênero estabelecido. E, portanto, as comparações são inevitáveis. Com
base nelas, o filme parece melhor que as caricaturas mais rasteiras do mercado (principalmente
porque Marc Forster é um bom diretor de ação), embora sua grandiloqüência computadorizada
não construa um clima tão forte quanto o de “Extermínio”.
De resto, seria meio insano apontar falhas de
estrutura e verossimilhança numa trama de zumbis...
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