A instrumentalização político-partidária do
jornalismo da TV Cultura é apenas a superfície mais notável de um sucateamento
progressivo que há anos atinge toda a programação do veículo. E não existe
melhor evidência da contaminação ideológica da emissora pelo governo estadual demotucano
do que os rumos tomados recentemente pelo programa Roda Viva.
Além das bancadas quase exclusivamente compostas
por funcionários da mídia corporativa e por outros personagens do conservadorismo
nacional, os mediadores são escolhidos através de critérios “misteriosos”, que não
coadunam com o âmbito da excelência. Pois, dentre tantos jornalistas
qualificados no país, é possível acreditar que a volta de Augusto Nunes se deve
à sua competência profissional?
Basta ouvir as bobagens do cidadão para
compreender o tamanho do retrocesso que ele representará na louvável história do Roda Viva. O episódio deveria provocar um escândalo na categoria, uma rápida
mobilização dos conselheiros da Fundação Padre Anchieta e até alguma iniciativa
judicial.
Mas ninguém nos bastidores da política ou da
imprensa paulista vai se debruçar agora sobre o assunto. Como sabemos, as
últimas coisas que interessam ao PSDB nesses tempos ruidosos são a
independência editorial e a ética jornalística.
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