sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Quadrada










A instrumentalização político-partidária do jornalismo da TV Cultura é apenas a superfície mais notável de um sucateamento progressivo que há anos atinge toda a programação do veículo. E não existe melhor evidência da contaminação ideológica da emissora pelo governo estadual demotucano do que os rumos tomados recentemente pelo programa Roda Viva.

Além das bancadas quase exclusivamente compostas por funcionários da mídia corporativa e por outros personagens do conservadorismo nacional, os mediadores são escolhidos através de critérios “misteriosos”, que não coadunam com o âmbito da excelência. Pois, dentre tantos jornalistas qualificados no país, é possível acreditar que a volta de Augusto Nunes se deve à sua competência profissional?

Basta ouvir as bobagens do cidadão para compreender o tamanho do retrocesso que ele representará na louvável história do Roda Viva. O episódio deveria provocar um escândalo na categoria, uma rápida mobilização dos conselheiros da Fundação Padre Anchieta e até alguma iniciativa judicial.

Mas ninguém nos bastidores da política ou da imprensa paulista vai se debruçar agora sobre o assunto. Como sabemos, as últimas coisas que interessam ao PSDB nesses tempos ruidosos são a independência editorial e a ética jornalística.

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