Campinas foi considerada a metrópole com melhor índice de bem-estar do Brasil. Para um morador crítico do lugar, há duas
constatações imediatas: a de que o nível das outras regiões deve ser muito,
muito baixo, e a de que os dados do Censo de 2010 ficaram atipicamente defasados.
Uma sucessão de governos desastrados foi minando
aos poucos as grandes qualidades urbanísticas que fizeram certa fama da cidade
nas décadas passadas. A situação presente é de carência infra-estrutural generalizada
e abandono dos aparelhos públicos de esporte, lazer e cultura. Os transportes são
particularmente mal administrados; o trânsito beira um caos surrealista, com
lentidões dignas dos mais problemáticos centros metropolitanos.
A imprensa corporativa, comprometida com a eleição
de Jonas Donizette (PSB/PSDB), adora as comparações descabidas que o trabalho do
Observatório sugere. Pois, se vale qualquer paralelo conveniente, a imagem
acima, do metrô de Munique, ajuda a colocar as coisas numa perspectiva mais
realista. Campinas, com a mesma população da cidade alemã, não possui um
centímetro de rota metroviária.
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