É curioso que raríssimas críticas mencionem o
filme televisivo anterior, sobre o mesmo caso real. A lacuna faz parecer que
esse interessantíssimo episódio foi “descoberto” por Sofia Coppola. E impede
comparações eventuais que realçariam a abordagem muito característica dessa ótima
cineasta.
Coppola mantém-se fiel a uma trajetória de
investigação do universo da indústria do entretenimento e do vazio de
perspectivas da juventude contemporânea. A busca desesperada pela fama, a
cegueira consumista, a pobreza intelectual do circo midiático. Não há
julgamentos, quase apenas exposição, o que pode incomodar pela frivolidade; mas
esse efeito não deve ser tomado como involuntário.
O jovem elenco se destaca pelo vigor das
composições, especialmente Israel Broussard e Emma Watson (cuja entrega lembra
um pouco a de Kirsten Stewart em “Na estrada”). É o último trabalho do grande
fotógrafo Harris Savides, que morreu durante a pós-produção. O artigo no qual
se baseou o roteiro ajuda a conhecer os personagens e a resgatar a
verossimilhança do enredo.
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