Ficção futurista que lembra o ótimo “Distrito 9”, do
mesmo diretor, em diversos aspectos. A interessante
concepção visual resolve os desafios do tema com elegância e bom uso da
tecnologia, sem fugir dos riscos inerentes ao já desgastado futurismo. E o
enredo tem seus atrativos.
O elenco, porém, é desigual. Wagner Moura e
Sharlto Copley (o excelente protagonista de “Distrito 9”) têm composições
vigorosas. Matt Damon não compromete. Alice Braga, por outro lado, parece, como
sempre, subaproveitada. E Jodie Foster está irreconhecivelmente ruim.
Existe mesmo essa sensação de incompletude que
Inácio Araújo apontou. Há algo ali que não encaixa. Talvez a dublagem solene.
Ou os deslizes do roteiro para o clichê, na linha câmara-lenta-coral-feminino em
cenas de tensão. Ou ainda certa dificuldade do jovem Neill Blomkamp em descobrir
o tom correto das cenas, a decupagem mais precisa, os melhores movimentos.
Enfim, apesar de tudo, como diziam os antigos,
deixa-se ver sem maiores dificuldades. Basta não esperar muito.
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