A ânsia de salvar a imagem do Campeonato Brasileiro
de futebol chega a níveis divertidos. Já inventaram de tudo, até que sua
fórmula de disputa foi engendrada para se adequar ao Estatuto do Torcedor. Logo
surgirá alguém criticando o imponderável no esporte e defendendo os “valores
morais do favoritismo”.
Nunca deixarei de repetir que a partilha desigual
de verbas transforma o sistema de pontos corridos em teatro de manipulação para a TV Globo e seus patrocinadores. Não há a menor sombra de justiça ou de mérito
no arranjo, e sequer a preocupação de forjá-los. Se, por um milagre qualquer,
todos os clubes passassem a desfrutar da mesma dinheirama dos mais bem pagos,
os pontos corridos seriam abandonados na primeira reunião da cartolagem. E por
pressão da Globo.
Dizem que as torcidas apoiam o ardil, tanto que
continuam a frequentar os estádios. Bobagem. O público médio é
sofrível, especialmente se levarmos em conta as estatísticas sobre os
apoiadores dos times mais populares. Ademais, a maioria dos espectadores é
formada por associados de planos de fidelidade, ou seja, tende a acompanhar os
jogos em qualquer circunstância, independente da fórmula da disputa.
A apologia desvairada do Brasileirinho quer esconder
o fato de que não existe emoção possível num campeonato com esses moldes. Oito
meses, somando trinta e oito rodadas, para que os mesmos times privilegiados
ocupem as melhores posições finais? Alguns “clássicos” mornos e umas
“surpresas” esparsas (quando a arbitragem permite) compensam quase um ano de
lucubrações bocejantes sobre elencos meia-bocas e seus atletas obscuros?
Não, não compensam. O futebol brasileiro é chato, bobo, medíocre. E imoral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário