segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Longo, tedioso e previsível


A ânsia de salvar a imagem do Campeonato Brasileiro de futebol chega a níveis divertidos. Já inventaram de tudo, até que sua fórmula de disputa foi engendrada para se adequar ao Estatuto do Torcedor. Logo surgirá alguém criticando o imponderável no esporte e defendendo os “valores morais do favoritismo”.

Nunca deixarei de repetir que a partilha desigual de verbas transforma o sistema de pontos corridos em teatro de manipulação para a TV Globo e seus patrocinadores. Não há a menor sombra de justiça ou de mérito no arranjo, e sequer a preocupação de forjá-los. Se, por um milagre qualquer, todos os clubes passassem a desfrutar da mesma dinheirama dos mais bem pagos, os pontos corridos seriam abandonados na primeira reunião da cartolagem. E por pressão da Globo.

Dizem que as torcidas apoiam o ardil, tanto que continuam a frequentar os estádios. Bobagem. O público médio é sofrível, especialmente se levarmos em conta as estatísticas sobre os apoiadores dos times mais populares. Ademais, a maioria dos espectadores é formada por associados de planos de fidelidade, ou seja, tende a acompanhar os jogos em qualquer circunstância, independente da fórmula da disputa.

A apologia desvairada do Brasileirinho quer esconder o fato de que não existe emoção possível num campeonato com esses moldes. Oito meses, somando trinta e oito rodadas, para que os mesmos times privilegiados ocupem as melhores posições finais? Alguns “clássicos” mornos e umas “surpresas” esparsas (quando a arbitragem permite) compensam quase um ano de lucubrações bocejantes sobre elencos meia-bocas e seus atletas obscuros?

Não, não compensam. O futebol brasileiro é chato, bobo, medíocre. E imoral.

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