A ocupação da USP enfim recoloca a onda de
protestos no rumo das causas relevantes. A eleição direta para reitores e chefes de departamento é o mínimo rasteiro da cidadania e da justiça tributária. E se encaixa perfeitamente no espírito das reivindicações participativas
da sociedade.
Isso explica o divertido surto de cautela que
acometeu o Judiciário e o governo paulistas nos últimos dias. Que diferença para
outros episódios recentes, de idêntico teor, nos quais a negociação foi
solenemente descartada pelas autoridades...
Mas não há boas perspectivas para essa demanda.
Ela envolve muito mais do que “apenas” a gestão universitária: mexe com
intrincados esquemas de apadrinhamentos e benefícios cuja face mais palatável é
o teatro das vaidades acadêmicas. E indispõe uma tribo muitíssimo influente nos
meios decisórios da capital.
Pois que outra luta por representatividade seria
classificada por um editorial da Folha de São Paulo como “fetiche democrático”?
Um cinismo sabujo, que anuncia a inviabilidade efetiva da plataforma uspiana, e que logo
justificará os golpes de sabre dos cossacos sobre os estudantes que há pouco
eram tratados como a vanguarda revolucionária nacional.
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