sexta-feira, 18 de outubro de 2013

“Gravidade”


















Espetáculo visual dedicado à representação da experiência na órbita terrestre. O que tem de minimalista na parte dramática é suplantado pelos efeitos visuais impressionantes. Nesse aspecto, a prodigiosa fotografia de Emmanuel Lubezki (de “A Árvore da Vida”) não pode ser menosprezada. A relativa adequação ao efeito 3D quase suplanta os recursos mambembes das salas brasileiras.

O diretor Alfonso Cuarón não esconde seu fascínio pela ficção científica. E tampouco faz muita questão de disfarçar as referências aos clássicos do gênero, “2001” e “Solaris” encabeçando a lista. Mas também há um tanto de “Alien” (o nome e os trajes sensuais da protagonista, por exemplo). Cynara Menezes aponta metáforas visuais interessantes, que salvam o filme do puro esteticismo.

É divertido ver o letreiro de abertura, em português, “avisando” sobre a sonoplastia espacial. Como se pedisse licença para um toque realista que raramente aparece nas obras similares. Mesmo assim, contudo, às vezes ocorrem desvios narrativos para o artificialismo, conduzidos pela trilha sonora incidental. O resultado é interessante, mas fica a curiosidade sobre um registro radicalmente naturalista do tema.

Uma das melhores produções hollywoodianas desse ano fraquinho.

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