Existem três linhas argumentativas contrárias à presença
policial nas universidades. Uma quer evitar a repressão de movimentos
estudantis e sindicais. Outra prevê que o policiamento se restringiria a aprisionar
fumantes de maconha, bebedores de cerveja e ociosos pacíficos em geral. A
última considera que a segurança privada já recebe (muito) para fornecer a
devida e necessária proteção.
A primeira idéia não me parece muito sólida. Os
cossacos podem ser chamados a qualquer momento, havendo ou não motivo. Aliás, a
rigor, eles sequer precisam de autorização prévia para circular em áreas ditas
“públicas”.
Já a segunda é plausível. As estatísticas
demonstram que a maioria dos crimes violentos cometidos nos campi ocorre
durante as noites e madrugadas. A presença policial diurna realmente serviria
quase apenas para coibir o fumacê inofensivo.
O terceiro questionamento é irrefutável, embora
tenha suas armadilhas. Ninguém quer que os seguranças comecem a agir feitos
mercenários, caçadores de pequenos delitos. E a prevenção eficaz dos
verdadeiros crimes demandaria mais preparo e equipamentos, o que fortaleceria
as empresas contratadas, exigindo um controle muito rigoroso da sociedade sobre
o uso que fariam desse poder.
O governo Geraldo Alckmin precisa vedar o colapso da segurança no estado, fingindo que existe um clamor repressivo na comunidade
acadêmica. Não existe. O que falta mesmo é bom senso e competência
administrativa para lidar com a questão da criminalidade. Enquanto a gestão
universitária continuar essa ilha de autoritarismo, contudo, as crises terão respostas
de natureza equivalente.
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