quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Polícia nos campi

 












Existem três linhas argumentativas contrárias à presença policial nas universidades. Uma quer evitar a repressão de movimentos estudantis e sindicais. Outra prevê que o policiamento se restringiria a aprisionar fumantes de maconha, bebedores de cerveja e ociosos pacíficos em geral. A última considera que a segurança privada já recebe (muito) para fornecer a devida e necessária proteção.

A primeira idéia não me parece muito sólida. Os cossacos podem ser chamados a qualquer momento, havendo ou não motivo. Aliás, a rigor, eles sequer precisam de autorização prévia para circular em áreas ditas “públicas”.

Já a segunda é plausível. As estatísticas demonstram que a maioria dos crimes violentos cometidos nos campi ocorre durante as noites e madrugadas. A presença policial diurna realmente serviria quase apenas para coibir o fumacê inofensivo.

O terceiro questionamento é irrefutável, embora tenha suas armadilhas. Ninguém quer que os seguranças comecem a agir feitos mercenários, caçadores de pequenos delitos. E a prevenção eficaz dos verdadeiros crimes demandaria mais preparo e equipamentos, o que fortaleceria as empresas contratadas, exigindo um controle muito rigoroso da sociedade sobre o uso que fariam desse poder.

O governo Geraldo Alckmin precisa vedar o colapso da segurança no estado, fingindo que existe um clamor repressivo na comunidade acadêmica. Não existe. O que falta mesmo é bom senso e competência administrativa para lidar com a questão da criminalidade. Enquanto a gestão universitária continuar essa ilha de autoritarismo, contudo, as crises terão respostas de natureza equivalente.

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