A lei que vetou o fumo em ambientes fechados nasceu
de uma jogada de marketing eleitoral do governo demotucano paulista. Além do
flagrante oportunismo, a medida foi imposta de modo autoritário, ignorando
direitos e princípios técnicos rudimentares.
Como sói acontecer com essas canetadas burras,
previsivelmente, a sensatez tratou de aparar seus vícios originais. Assim, a estúpida
proibição dos fumódromos, que aos poucos se submeteu à realidade, agora caminha
rumo à obsolescência.
As áreas reservadas para fumantes não apenas
sobrevivem nas grandes casas de espetáculo paulistas, como também ocupam
espaços cobertos e de passagem livre para os interiores. Tudo contrariando o
previsto na legislação. E, mais importante, com a anuência de todos os
espectadores.
Claro que esses estabelecimentos são ilhas de
violações legais, diversas e impunes, particularmente ao Código do Consumidor.
E ali circula grana pesada, que “desestimula” a ação das autoridades. Mas não
deixa de ser sintomática a inoperância seletiva das milícias fiscalizadoras,
que espalham ameaças pelos botecos das metrópoles (impedindo o fumo nas
calçadas, por exemplo), mas desaparecem dos locais onde o desrespeito à norma é
flagrante e incontroverso.
A fúria antitabagista deixa de soar civilizada
quando implica a desova de centenas de grã-finos fumaceiros nas entranhas ameaçadoras
da urbe.
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