Você conhece os riscos embutidos nos produtos e
equipamentos que usa diariamente? Sabe, por exemplo, se as frutas e os legumes que
mastiga em nome de uma vida saudável possuem taxas seguras daquelas químicas violentas
que fritam ratos em laboratórios? Já pesquisou os nomes complicados que
aparecem nas “bulas” de pueris bolachas, sorvetes e margarinas? Acredita nos
corretores de imóveis construídos debaixo de antenas e torres de transmissão
elétrica? Está ciente dos perigos do excesso de atividade física? Tem certeza de
que os celulares não podem mesmo causar tumores?
O fato é que não fazemos a menor idéia. Se governos,
pesquisadores, imprensa, médicos e magistrados estão sujeitos às pressões de indústrias
bilionárias e inescrupulosas, como acreditar em qualquer recomendação oficial
que eles produzam? Talvez até já existam evidências técnicas de que substâncias
ou objetos triviais causarão imensas mortandades em algumas décadas, e nós
simplesmente não fomos informados. Afinal, a divindade imponderável da genética
explicará tudo que fuja ao determinismo científico (embora não sirva para
impedir a guerra ao tabagismo, por exemplo).
A sociedade repressiva que cultua as aparências e
a ilusão da longevidade não consegue impedir que suas crianças se envenenem
numa cantina de escola. Mesmo depois de um século de proibicionismo e
demonização dos chamados “comportamentos de risco”, o planeta conhece explosões
inéditas de cânceres e cardiopatias, muito mais abrangentes que o consumo de quaisquer
drogas conhecidas. Ao mesmo tempo, os planos de saúde, os hospitais privados e os
laboratórios lucram como nunca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário