Tema recorrente na filmografia francesa. Essa preocupação
meio obsessiva da cultura local, aliás, ajuda a entender certas polêmicas que
agitaram o país nos últimos meses.
François Ozon é narrador eficiente. Desenvolve um realismo
cheio de pequenas nuances de estranhamento, sempre com sugestões eróticas e um
pendor para a iconoclastia.
Aqui essas qualidades surgem amenizadas, embora o
conjunto não seja ruim. O clima de sensualidade (especialmente no interior da
família) é construído com exata sutileza, muito por causa da beleza
desconcertante de Marine Vacth.
Mas tudo soa buñueliano demais, embora sem a
contundência do mestre catalão. Fosse menos comportado, talvez igualasse os melhores
trabalhos de Ozon.
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