Começou o preparo da gigantesca pizza midiática
encomendada pelo PSDB paulista. A entrega foi agendada para o início do ano, a
tempo de evitar que o escândalo do Propinoduto contamine as eleições de 2014.
Os ingredientes são notórios: dossiês fajutos que
vitimizam os bandidos, factóides escandalosos para incriminar petistas e extensas
pressões sobre o Judiciário.
Na primeira camada espalharam suspeitas acerca da
investigação do Cade, buscando repetir o sucesso obtido em outros episódios
obscuros (José Serra e as Sanguessugas, por exemplo), que deixaram de existir
logo que vieram à tona.
No segundo estágio, transformaram a gangue do ISS
em São Paulo numa fumaça radioativa que envolve a gestão Fernando Haddad. A
safadeza veio da administração anterior, que teve participações de tucanos
importantes, mas o tratamento conferido ao assunto é manipulado para desgastar
a imagem do governo atual e generalizar a sensação de impunidade.
O tempero final será polvilhado nas próximas
semanas. Tem o aroma de uma campanha para limpar a reputação do Ministério Público paulista e particularmente do procurador Rodrigo de Grandis, aquele que engavetou. Mas também pode sair de uma dessas difamações que a Veja publica
impunemente e que os veículos reverberam até colar. Ou pode surgir numa
descoberta bombástica das bandas plumosas da Polícia Federal.
Todos esses elementos reunidos formam uma bela refeição. Os otimistas fariam bem aos próprios estômagos se ficassem preparados
para um prato bastante indigesto.
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