Interessante mosaico de reflexões sobre um leque vasto
de temas. A memória, a arte contemporânea e a decadência moral das classes
abastadas fornecem os momentos mais líricos e divertidos. Para os amantes das paisagens
romanas, é um deleite interminável.
Mas o sucesso estrondoso que angariou junto à crítica
merece contrapontos. As homenagens ao cinema italiano são demasiado
explícitas e repetitivas, chegando a usar as mesmas locações dos clássicos. Federico
Fellini, particularmente, “A Doce Vida” e “Oito e Meio”. A reverência excessiva
talvez alimente o ar nostálgico do enredo, mas enfraquece um pouco o tratamento
diferenciado de Paolo Sorrentino.
Vale assisti-lo porque é superior a quase todas as
ofertas oscarizáveis, inclusive as estadunidenses. E por se tratar de um diretor
relevante, cujas obras invulgares às vezes causam algum estranhamento, mas
nunca passam despercebidas.
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