A trágica morte de um rapaz em São Paulo provocou diversas
manifestações indignadas contra o que parecia uma barbaridade homofóbica.
Aparentemente, porém, trata-se de suicídio.
Essa havia sido a constatação inicial da polícia,
tida como apressada e irresponsável pelos defensores dos Direitos Humanos. Mas
também foi precipitado bradar o contrário, já que as investigações estavam
apenas começando.
O equívoco não ameniza a chaga mundial do
preconceito e as violências grotescas que ele suscita. Mas confere
desnecessários argumentos a quem vê histeria e oportunismo nas denúncias de que
as autoridades são indiferentes ao problema.
Os adversários da homofobia não precisavam descer
ao mangue da desmoralização em que atolaram os responsáveis pela Segurança
Pública no desgoverno tucano paulista. Bastava um pouco de prudência, uso sábio
das palavras, o mínimo de malícia política.
Pode ser que a fragilidade da família enlutada e a
pressão dos agentes públicos terminem favorecendo um veredito falso. E é
legítimo questioná-lo. Mas agora a disputa de versões está irremediavelmente
manchada por uma partidarização tola, indigna da gravidade do caso e da memória da
vítima.
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