O IBGE mudou a fórmula de cálculo do desemprego no
país. O método anterior, a Pesquisa Mensal de Emprego, foi substituído pela Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios, a PNAD Contínua, mais abrangente.
A imprensa tucana aproveitou a divulgação dos novos
dados para fazer uma salada estatística. Chegou ao cúmulo risível de incluir, na
parcela dos desempregados, a soma de todos os brasileiros maiores de 14 anos,
independente de estarem buscando trabalho, serem aposentados, etc. Um erro
crasso para qualquer padrão jornalístico responsável.
Claro que o alvo é o rótulo do “pleno emprego”, que
os números anteriores autorizavam o governo a divulgar e que teria (terá) a
merecida relevância na corrida eleitoral. O esforço faz parte de uma propaganda pessimista que nem é recente nem deve arrefecer tão cedo. Problema de quem
acredita.
A aferição do desemprego sempre foi espinhosa. Há diversas
metodologias utilizadas pelo mundo, todas com seus méritos e lacunas. E nem
sempre a origem dos cálculos, realizados por instâncias governamentais, aparece de maneira inequívoca. Mas existem alguns padrões conceituais que ajudam na
credibilidade comparativa dos números.
E aqui o catastrofismo da mídia ganha ares de
pândega. Mesmo com a nova pesquisa, o percentual brasileiro de desempregados
(7,4%) mostra queda em relação ao primeiro trimestre de 2013 (8%) e ainda fica
abaixo do apresentado pela esmagadora maioria dos países europeus e pelos EUA. Supera
apenas o de Alemanha, Áustria, Islândia, Luxemburgo, Noruega, Japão e República
Tcheca.
Daqui a pouco eles voltam a falar de inflação.
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