terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Pleno desespero














O IBGE mudou a fórmula de cálculo do desemprego no país. O método anterior, a Pesquisa Mensal de Emprego, foi substituído pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a PNAD Contínua, mais abrangente.

A imprensa tucana aproveitou a divulgação dos novos dados para fazer uma salada estatística. Chegou ao cúmulo risível de incluir, na parcela dos desempregados, a soma de todos os brasileiros maiores de 14 anos, independente de estarem buscando trabalho, serem aposentados, etc. Um erro crasso para qualquer padrão jornalístico responsável.

Claro que o alvo é o rótulo do “pleno emprego”, que os números anteriores autorizavam o governo a divulgar e que teria (terá) a merecida relevância na corrida eleitoral. O esforço faz parte de uma propaganda pessimista que nem é recente nem deve arrefecer tão cedo. Problema de quem acredita.

A aferição do desemprego sempre foi espinhosa. Há diversas metodologias utilizadas pelo mundo, todas com seus méritos e lacunas. E nem sempre a origem dos cálculos, realizados por instâncias governamentais, aparece de maneira inequívoca. Mas existem alguns padrões conceituais que ajudam na credibilidade comparativa dos números.

E aqui o catastrofismo da mídia ganha ares de pândega. Mesmo com a nova pesquisa, o percentual brasileiro de desempregados (7,4%) mostra queda em relação ao primeiro trimestre de 2013 (8%) e ainda fica abaixo do apresentado pela esmagadora maioria dos países europeus e pelos EUA. Supera apenas o de Alemanha, Áustria, Islândia, Luxemburgo, Noruega, Japão e República Tcheca.

Daqui a pouco eles voltam a falar de inflação.

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