segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Finalmente uma reação


















A demora do governo federal em produzir uma campanha publicitária positiva sobre a Copa do Mundo evidencia que algo errado acontecia na Secretaria de Comunicação Social. A iniciativa deveria ter ocorrido no ano passado, com estrutura temática, numa série de episódios que seguisse até a realização dos jogos. 
Mesmo que não chegue a esse rigor, no entanto, já será alguma coisa.

Não que os preparativos estejam impecáveis, pelo contrário. Mas a construção opinativa sobre a Copa tem sido monopolizada por um viés partidário que sonega ao público o mínimo que ele necessita para entender o que se passa. As críticas ao evento nunca atingem os governos locais, de estados e municípios, que se endividaram no BNDES e aplicam recursos em obras que os clubes ou as empresas deveriam pagar. Tudo adquire uma aura antigovernamental genérica, direcionada à administração Dilma Rousseff.

Qual foi a última reportagem denunciatória sobre o estádio de Manaus que citou o governador Omar Aziz (PSD) ou o prefeito Arthur Virgílio (PSDB)? Por que ninguém questiona o governador Silval Barbosa (PMDB) ou o prefeito Mauro Mendes (PSB) pela Arena Pantanal, de Cuiabá?

A propaganda favorável joga suspeitas sobre a fantasia de unanimidade criada pela mídia e as simplificações repetidas pelos manifestantes. O ufanismo pode agredir algumas sensibilidades, mas elas tampouco deveriam aceitar a tolice de que haveria mais escolas e hospitais se a competição não fosse realizada. A grande importância da reação governamental, porém, reside na constatação óbvia de que não é exatamente à Copa (ou à FIFA) que se dirigem os ataques dos seus detratores.

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