No afã de constranger o governo federal, a
imprensa oposicionista voltou a elogiar os protestos do ano passado. Os mesmos
analistas que desqualificavam até os manifestantes sem máscaras retomaram a
apologia da turba revoltosa, anunciando (na verdade, incentivando) novas
barricadas no decorrer da Copa do Mundo.
A propaganda começa pela apropriação da revolta segundo
os raciocínios mais convenientes para seduzir os ingênuos. As plataformas genéricas, outrora tidas como inviáveis e pueris, se transformam em grito de
insatisfação heroica. Mesmo a violência, tão reprovada, virou o último recurso
de um desespero cheio de vapores cívicos. A depender das retrospectivas, 2013
foi ano revolucionário, que marcará o surgimento de um novo país.
Depois de bravatear bobagens sobre a Copa, alguns
comentaristas deram de ponderar contra a violência mascarada que sua própria histeria
incentivou. Espertalhões: evitam a pecha de agitadores, mas sugerem protestos
“pacíficos” numa atmosfera que os tornou quase inviáveis. No fundo, querem apenas
ressuscitar a imagem positiva das manifestações, provocando a juventude e canalizando
seu espírito reivindicatório para o grande inimigo comum.
Logo os veículos ajudarão a conclamar o povo às
ruas, como faziam há exatos cinquenta anos. Sempre exercendo puro jornalismo,
claro, desde que ninguém se meta com os pedágios do candidato Geraldo Alckmin.
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