segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Os protestos que a mídia quer














No afã de constranger o governo federal, a imprensa oposicionista voltou a elogiar os protestos do ano passado. Os mesmos analistas que desqualificavam até os manifestantes sem máscaras retomaram a apologia da turba revoltosa, anunciando (na verdade, incentivando) novas barricadas no decorrer da Copa do Mundo.

A propaganda começa pela apropriação da revolta segundo os raciocínios mais convenientes para seduzir os ingênuos. As plataformas genéricas, outrora tidas como inviáveis e pueris, se transformam em grito de insatisfação heroica. Mesmo a violência, tão reprovada, virou o último recurso de um desespero cheio de vapores cívicos. A depender das retrospectivas, 2013 foi ano revolucionário, que marcará o surgimento de um novo país.

Depois de bravatear bobagens sobre a Copa, alguns comentaristas deram de ponderar contra a violência mascarada que sua própria histeria incentivou. Espertalhões: evitam a pecha de agitadores, mas sugerem protestos “pacíficos” numa atmosfera que os tornou quase inviáveis. No fundo, querem apenas ressuscitar a imagem positiva das manifestações, provocando a juventude e canalizando seu espírito reivindicatório para o grande inimigo comum.

Logo os veículos ajudarão a conclamar o povo às ruas, como faziam há exatos cinquenta anos. Sempre exercendo puro jornalismo, claro, desde que ninguém se meta com os pedágios do candidato Geraldo Alckmin.

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