O sucesso das campanhas de arrecadação para pagar
as multas impostas a José Genoíno e outros condenados atrapalha os consensos fabricados
em torno da Ação Penal 470. Além do feito heroico da mobilização, apesar de
todo o desgaste midiático sofrido pelos petistas, as vitórias carregam
simbologia muito forte. Chegam quase a uma espécie de ofensa velada ao
magnânimo Joaquim Barbosa.
Não há surpresa, portanto, na reação de Gilmar
Mendes, que tomou suas dores com a virulência habitual. É brabeza típica de
torcedor derrotado, e escancara ainda mais o teor ideológico do julgamento. Que
um ministro da mais alta corte do Judiciário levante suspeitas tão levianas ilustra
bem o nível a que chegaram esses novos paladinos do farisaísmo nacional.
A raiva de Mendes e Barbosa volta-se contra a
demonstração de representatividade e apoio popular das suas vítimas. Exatamente
as qualidades que faltam aos déspotas justiceiros. É muito por isso que as supostas pretensões eleitorais do presidente do STF reapareceram justo agora.
Seria até interessante acompanhar os resultados da
apuração do caso, pelo menos para que os fanfarrões engolissem a arrogância. Mas
eles são espertos demais para correr esse risco. O mais provável é que esqueçam
as acusações por enquanto, guardando a raiva para uma vingança futura, com
requintes de crueldade.
Um comentário:
O Eduardo Guimarães já está articulando uma resposta judicial ao Gilmar Dantas:
http://www.blogdacidadania.com.br/2014/02/gilmar-mendes-o-caluniou-e-a-midia-o-amordacou-voce-quer-reagir/
http://www.blogdacidadania.com.br/2014/02/gilmar-mendes-se-nega-a-comentar-acao-judicial-de-doadores-a-petistas/
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