Este interessante artigo ilustra as bases éticas da
atuação do ministro Joaquim Barbosa. Todas as suas iniciativas foram tomadas
para condenar os réus da Ação Penal 470. Não queria julgá-los com base nas
provas supostamente levantadas pela Promotoria, dando-lhes o devido tratamento
processual. Queria, desde o início, mandar os petistas para a cadeia.
A simples derrota da tese da formação de
quadrilha, tida como incontestável e de central importância na demonização de
José Dirceu, já demonstra que havia algo muito errado nas certezas dos nobres
ministros. Se o núcleo condenatório cometeu um erro tão grave na fase inicial,
como acreditar que os outros vereditos foram corretos?
Também descobrimos que Barbosa escondeu informações relevantes sobre o caso, particularmente as que poderiam derrubar a
teoria do uso de dinheiro público no tal “mensalão”. Sem a caracterização de quadrilha,
e tampouco a de peculato, o processo minguaria para um trivial caixa dois e as
penas seriam reduzidas. Mas, repito, a “justiça” das condenações era
secundária.
Se levada a sério, a revisão criminal especulada
pela defesa poderia levar o desmonte da farsa a graus inauditos de
constrangimento. Um pouco mais de espírito investigativo e de racionalidade por
parte dos ministros do STF e Barbosa arranca a fantasia de super-herói e revela
de uma vez por todas a que veio.
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