sexta-feira, 11 de abril de 2014

“Noé”






















Projeto meio esquisito de um cineasta invulgar. Recebeu tantas acusações dos católicos nos EUA que acabou ganhando uma relevância que não teria se o tratassem apenas como fábula no gênero arcaico da “superprodução bíblica”.

Há problemas sim, particularmente no elenco (menos o sempre vigoroso Ray Winstone) e em certas soluções visuais. Mas os efeitos são interessantes e as simbologias políticas e ambientalistas pelo menos fazem algum sentido diante do catastrofismo atual.

Darren Aronofsky, diretor e roteirista, poderia ter desenvolvido melhor a promissora abordagem mitológica ensaiada no início. Uma leitura de Mircea Eliade não lhe faria mal.

Equivoca-se quem critica em Aronofsky a falta de uma opção clara de registro, seja o alegórico ou o realista. Essa mistura de ambos os universos é a marca de sua obra, e valoriza seus melhores filmes. Nem sempre dá certo, infelizmente.

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