Projeto meio esquisito de um cineasta invulgar.
Recebeu tantas acusações dos católicos nos EUA que acabou ganhando uma
relevância que não teria se o tratassem apenas como fábula no gênero arcaico da
“superprodução bíblica”.
Há problemas sim, particularmente no elenco (menos
o sempre vigoroso Ray Winstone) e em certas soluções visuais. Mas os efeitos
são interessantes e as simbologias políticas e ambientalistas pelo menos fazem
algum sentido diante do catastrofismo atual.
Darren Aronofsky, diretor e roteirista, poderia
ter desenvolvido melhor a promissora abordagem mitológica ensaiada no início.
Uma leitura de Mircea Eliade não lhe faria mal.
Equivoca-se quem critica em Aronofsky a falta de uma
opção clara de registro, seja o alegórico ou o realista. Essa mistura de ambos
os universos é a marca de sua obra, e valoriza seus melhores filmes. Nem sempre
dá certo, infelizmente.
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