A mídia tucana alimenta a ilusão de que o país
vive uma crise econômica similar à da Europa. Distorce estatísticas e bases comparativas para incutir no público a certeza de que os índices sociais decaíram. Omite ações positivas do governo federal e lhe transfere equívocos de
gestões regionais e até de empresas privadas, forjando uma imagem de
incompetência administrativa em torno de Dilma Rousseff. Ainda incentiva os protestos de rua, quaisquer protestos, usando-os como evidências de uma
instabilidade generalizada que teria transformado o Brasil no caos permanente.
E agora é o PT que explora o discurso do medo.
Não podemos pensar a nova propaganda televisiva do
partido sem considerar esse ambiente de manipulação e hipocrisia. As avaliações críticas são razoáveis ao detectar no comercial certo excesso de amargura, o
tom apelativo, a falta de propostas e de incentivo à participação da
militância. Ora, é exatamente isso que a oposição vem fazendo há meses,
naturalizando (fazendo parecer espontâneo) um clima de pessimismo que não tem
nada a ver com fatos, raciocínios ou debates construtivos.
O filme criado pelo publicitário João Santana
parece-me correto porque retira dos adversários a primazia sobre a estratégia
negativa. Devolve a chantagem contra os chantagistas, trata como fantasmas
aqueles que teimam em fabricar assombrações. Parte para cima. No jargão da
luta, aproveita a desatenção do oponente, enfia-lhe um gancho, sai das cordas e
recomeça o combate.
O contra-ataque veio em momento oportuno,
lembrando a todos que o petismo guarda um bom repertório de imagens aterrorizantes, caso decidam levar a campanha nessa toada. Talvez a previsível repercussão
do filme nas pesquisas aplaque os ânimos da disputa eleitoral, dando-lhe um
caráter mais civilizado. Mas não podemos descartar a hipótese de essa
alternativa ser repudiada pelas campanhas oposicionistas, acostumadas ao
“quanto pior melhor”. Em ambas as situações, Santana precisará saber o momento
certo para mudar de tática.
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