terça-feira, 6 de maio de 2014

O nome das coisas
















As emissoras da rede Globo, rádio e televisão, boicotam os patrocinadores do esporte brasileiro. Os times financiados por empresas são reduzidos aos nomes das suas cidades e às vezes as transmissões de entrevistas apagam os logotipos do material de divulgação que elas ostentam. O interesse econômico dos veículos e de seus anunciantes prejudica investimentos milionários que ajudam a garantir a excelência de campeonatos locais em modalidades como o vôlei, o basquete e mesmo o privilegiado futebol.

É o cúmulo do abuso e da manipulação. Não basta a maior corporação midiática do país privatizar bens coletivos de interesse social, impondo horários e regulamentos para aumentar seus lucros. Agora ela se dá ao direito de mudar a alcunha de competidores, de locais e até de eventos para resguardar um modelo de negócio baseado justamente na exposição de marcas privadas.

A Globo pratica sabotagem institucional contra aqueles que não aceitam pagá-la. Transforma um trabalho de natureza jornalística em espetáculo de marketing dirigido. Uma empresa de comunicação que se diz informativa não presta favor algum quando transmite um acontecimento relevante, menos ainda quando já recebe fartos dividendos para isso. Esconder a identidade das pessoas e das empresas é deturpação de fatos, não tem nada a ver com “decisão editorial” de qualquer tipo justificável.

A prática é adotada por veículos impressos, como a Folha de São Paulo. Embora ali também se revele a mediocrização de uma suposta autonomia jornalística, contudo, podemos até aceitar a frouxa tese de que o periodismo impresso funciona segundo suas próprias regras. Algo muito diferente ocorre nas concessões públicas. O mínimo que se pode esperar delas é chamar as coisas pelos seus nomes verdadeiros.

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