Provocou reações disparatadas na crítica, em parte
por causa das expectativas geradas pelo suspense que conduz o enredo e pelo
desfecho ambíguo e melancólico. Mas o casal de protagonistas, vivido por dois
atores soberbos (Daniel Auteuil e Kristin Scott Thomas), garante a qualidade do
entretenimento.
O ritmo é vagaroso, naturalista, lembrando “Caché”
(Michael Haneke), com o mesmo Auteuil. Também possui algo dos dramas
matrimoniais de François Truffaut e das intrigas policialescas de Claude
Chabrol. O diretor Philippe Claudel narra com elegância e constrói uma
ambientação caprichada, usando sabiamente as transições temporais sugeridas
pelo título.
Atuações à parte, o aspecto mais interessante do
filme é fazer das suspeitas e das revelações um meio de refletir sobre temas
complexos como o envelhecimento, a culpa, o amor e a amizade.
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