quarta-feira, 2 de julho de 2014

Mal das penas

















A candidatura de Aécio Neves está em situação pior do que repercutem seus comparsas jornalísticos. Por causa do tempo escasso de propaganda e da incômoda e mal disfarçada aliança com o PSB de Eduardo Campos, a escolha do candidato ou da candidata a vice da chapa presidencial ganhara importância estratégica.

Talvez lhe faltassem boas alternativas. A de Ellen Gracie parecia alvissareira para a campanha tucana, apesar da falta de valor político agregado que a escolha traria. Mas de longe a menos indicada seria uma oriunda do próprio PSDB: nenhum minuto a mais no horário gratuito, poucos horizontes programáticos, restrito alcance partidário, tendência ao isolamento e à radicalização.

Como então explicar o anúncio do senador Aloysio Nunes para vice de Aécio? Os analistas simplórios dirão que é para fortalecer o eixo entre Minas Gerais e São Paulo, com vistas à maior concentração regional do eleitorado e ao imaginário desenvolvimentista que ainda sobrevive no discurso tucano. Mas existe um motivo bem menos esperto e lisonjeiro no arranjo.

A idéia principal é agradar José Serra, eterno desafeto do ex-governador mineiro, suserano dos feudos paulistas do PSDB. Nunes, amigo de Serra, garantiria a unidade do projeto, evitando a previsível debandada dos quadros serristas, já bastante ocupados em manter o quinhão estadual. O apoio do quercismo, onde o senador possui boas relações, também ajuda na opção.

Uma candidatura nacional que precisa abrir mão de um posto chave para garantir a unidade partidária em torno de pinimbas regionais não soa exatamente sólida e promissora.

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