A candidatura de Aécio Neves está em situação pior
do que repercutem seus comparsas jornalísticos. Por causa do tempo escasso de
propaganda e da incômoda e mal disfarçada aliança com o PSB de Eduardo Campos,
a escolha do candidato ou da candidata a vice da chapa presidencial ganhara
importância estratégica.
Talvez lhe faltassem boas alternativas. A de Ellen
Gracie parecia alvissareira para a campanha tucana, apesar da falta de valor
político agregado que a escolha traria. Mas de longe a menos indicada seria uma
oriunda do próprio PSDB: nenhum minuto a mais no horário gratuito, poucos
horizontes programáticos, restrito alcance partidário, tendência ao isolamento
e à radicalização.
Como então explicar o anúncio do senador Aloysio
Nunes para vice de Aécio? Os analistas simplórios dirão que é para fortalecer o
eixo entre Minas Gerais e São Paulo, com vistas à maior concentração regional
do eleitorado e ao imaginário desenvolvimentista que ainda sobrevive no
discurso tucano. Mas existe um motivo bem menos esperto e lisonjeiro no
arranjo.
A idéia principal é agradar José Serra, eterno
desafeto do ex-governador mineiro, suserano dos feudos paulistas do PSDB.
Nunes, amigo de Serra, garantiria a unidade do projeto, evitando a previsível
debandada dos quadros serristas, já bastante ocupados em manter o quinhão
estadual. O apoio do quercismo, onde o senador possui boas relações, também
ajuda na opção.
Uma candidatura nacional que precisa abrir mão de
um posto chave para garantir a unidade partidária em torno de pinimbas
regionais não soa exatamente sólida e promissora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário