Achei razoável a posição da deputada Jandira
Feghali (PC do B/RJ) na sua defesa de um panelaço (eu proporia um apitaço)
contra o programa de TV do PSDB, que vai ao ar por esses dias. Além de protesto
justíssimo, serviria para rirmos do tratamento que a mídia tucana daria ao
ocorrido.
Para se ter uma ideia do potencial cômico do tema,
Fernando Rodrigues (o das contas secretas) escreveu que o filme peessedebista
“dá o troco” no PT, com uma ridícula imitação da propaganda eleitoral de Dilma
Rousseff. Quer dizer, o PSDB adere ao dito jogo sujo que os veículos tanto
execraram, mas a culpa é dos petralhas.
Depois de alguma polêmica, parece prevalecer na
militância de esquerda a ideia de que o panelaço representa uma vulgaridade que
não se imita. Soa também aceitável, no mínimo por coerência com o discurso atual
do progressismo. A política do barulhinho na sacada é, de fato, subproduto da
indignação que se valoriza fazendo self com PM.
Isto posto, ouso discordar da opção pelo silêncio
crítico. O bom-mocismo não faz cócegas na agressiva hipocrisia da oposição,
especialmente a midiática. Tudo que esta quer é a transferência do debate
político para um espaço de construção subjetiva sem conflitos, no qual o
antipetismo se imponha como único posicionamento possível.
Por isso venho defendendo que a esquerda conquiste
lugar no interior das passeatas, para provocar reflexões acerca do uso da
corrupção como pretexto de agendas partidárias. Bastaram uns ínfimos gestos
nesse sentido, aliás, e o mote do impeachment começou a arrefecer, com o
próprio ímpeto das manifestações.
Penso o mesmo dos barulhos contra adversários que
aparecem na TV. Não precisaria ser uma reprodução idêntica da última moda
coxinha. Mas uma atitude pública e coletiva de repúdio ao PSDB tiraria o
aspecto novidadeiro e pitoresco dos panelaços direitosos. Logo a imprensa
começaria a maldizer o hábito, e então todos poderíamos retornar ao sossego do
combate civilizado.
Um comentário:
Talvez fosse o caso de uma bateção de penicos!
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