Os eufemismos, as estimativas forçadas e as
desculpas dos analistas para esconder o retumbante fracasso das manifestações
pelo impeachment atingem a hilaridade. Parece mesmo cruel rebatê-los com
argumentos razoáveis.
Se antes a péssima relação custo-benefício dos
protestos já saltava aos olhos, ela agora tem algo de chocante: com tamanho
investimento empresarial e midiático, o resultado obtido é indigno até de menções
depreciativas. Esses Desfiles do Orgulho Reacionário jogam dúvidas sobre a própria representatividade
social da imprensa corporativa.
Usar Eduardo Cunha como bode expiatório é tolice do
golpismo dolorido. A adesão ao impeachment caiu porque, passada a histeria
inicial, ele se mostrou irresponsável, temerário e ilegítimo. Quando a
brincadeira ficou séria e ganhou um objetivo prático, os amigos da PM
preferiram a praia, o clube ou o shopping.
No final das contas, a insistência em fazer do suporte das “ruas” uma
espécie de justificativa moral do golpe só consegue demonstrar sua essência
antidemocrática.
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