Aécio Neves foi acusado de ter recebido propinas milionárias
num esquema criminoso em Furnas. Trata-se de escândalo antigo, pesadíssimo, que
vem sendo sistematicamente abafado pela imprensa oposicionista.
Mas agora não havia por que os veículos esconderem
a delação. Afinal, ela envolve um senador da República, ex-governador, segundo candidato
mais votado a presidente, líder destacado da oposição, defensor do impeachment
de Dilma Rousseff. E muito, muito dinheiro público.
Para quem ainda acredita na independência do
jornalismo corporativo, o resultado dessa expectativa é bastante desanimador. O
exemplo da Folha de São Paulo fala por si.
O jornal não incluiu nenhuma citação ao caso de
Aécio nas suas principais manchetes de primeira página. Repito: nenhuma
referência. Em tempos de especulações diárias sobre imóveis que Lula jamais
possuiu, o silêncio ao redor do tucano chega a ser cômico.
Sei como responderiam os editores: não divulgamos
ilações, o caso tem menor relevância, é assunto requentado, etc.
Besteira. A Folha sempre viola esses falsos preceitos
quando se trata de prejudicar a imagem de petistas e outras figuras combatidas pelo jornal. Basta observar as manchetes, abaixo, publicadas no alto da primeira página em 2015. O critério de noticiabilidade e relevância do veículo é político-partidário, pura e
simplesmente.
30/11/2015: “Anotação indica que BTG pagou R$ 45
mil a Cunha por emenda”
17/07/2015: “Delator diz ter pago US$ 5 milhões a
Cunha, que rompe com o governo”
27/6/2015: “Delação de empreiteiro eleva pressão
sobre Dilma e o PT”
09/05/2015: “Empreiteiro afirma ter doado a Dilma
por temer retaliação”
22/3/2015: “Dirceu recebia parte da propina paga
ao PT, afirmam delatores.
13/02/2015: “Dirceu sabia de propina paga ao PT,
afirma doleiro”
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