sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Aécio não existe
















Aécio Neves foi acusado de ter recebido propinas milionárias num esquema criminoso em Furnas. Trata-se de escândalo antigo, pesadíssimo, que vem sendo sistematicamente abafado pela imprensa oposicionista.

Mas agora não havia por que os veículos esconderem a delação. Afinal, ela envolve um senador da República, ex-governador, segundo candidato mais votado a presidente, líder destacado da oposição, defensor do impeachment de Dilma Rousseff. E muito, muito dinheiro público.

Para quem ainda acredita na independência do jornalismo corporativo, o resultado dessa expectativa é bastante desanimador. O exemplo da Folha de São Paulo fala por si.

O jornal não incluiu nenhuma citação ao caso de Aécio nas suas principais manchetes de primeira página. Repito: nenhuma referência. Em tempos de especulações diárias sobre imóveis que Lula jamais possuiu, o silêncio ao redor do tucano chega a ser cômico.

Sei como responderiam os editores: não divulgamos ilações, o caso tem menor relevância, é assunto requentado, etc.

Besteira. A Folha sempre viola esses falsos preceitos quando se trata de prejudicar a imagem de petistas e outras figuras combatidas pelo jornal. Basta observar as manchetes, abaixo, publicadas no alto da primeira página em 2015. O critério de noticiabilidade e relevância do veículo é político-partidário, pura e simplesmente.



30/11/2015: “Anotação indica que BTG pagou R$ 45 mil a Cunha por emenda”

17/07/2015: “Delator diz ter pago US$ 5 milhões a Cunha, que rompe com o governo”

27/6/2015: “Delação de empreiteiro eleva pressão sobre Dilma e o PT”

09/05/2015: “Empreiteiro afirma ter doado a Dilma por temer retaliação”

22/3/2015: “Dirceu recebia parte da propina paga ao PT, afirmam delatores.

13/02/2015: “Dirceu sabia de propina paga ao PT, afirma doleiro”

Nenhum comentário: