sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Dois filmes em torno da sexualidade


















Cate Blanchet e Rooney Mara compõem suas personagens com delicadeza, mas também numa contenção quase excessiva, que acaba prejudicando a empatia por elas. Todd Haynes já usou esse tom distanciado em algumas das suas melhores obras. A opção é exigida pelo romance original, embora o conjunto soe um tanto acadêmico demais.

A bonita fotografia de Edward Lachman emula abertamente os quadros de Edward Hopper. As cores, os enquadramentos, a direção de arte, os figurinos, enfim, toda essa plasticidade estilizada e elegante confere interesse ao filme.



















O diretor Tom Hooper é “especialista” em tramas históricas, que sempre aborda com grande esmero visual e atenção ao trabalho dos atores. A primeira qualidade está presente, mas as atuações resultam comprometedoramente desiguais.

Os personagens Gerda e Hans, importantíssimos para o suporte pedido por um(a) protagonista muito forte, não recebem intérpretes à altura. Por isso, a atuação comovente de Eddie Redmayne às vezes destoa do resto, parecendo meio afetada. O que é injusto com seu esforço no enfrentamento de um papel dificílimo.

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