Cate Blanchet e Rooney Mara compõem suas
personagens com delicadeza, mas também numa contenção quase excessiva, que
acaba prejudicando a empatia por elas. Todd Haynes já usou esse tom distanciado
em algumas das suas melhores obras. A opção é exigida pelo romance original,
embora o conjunto soe um tanto acadêmico demais.
A bonita fotografia de Edward Lachman emula
abertamente os quadros de Edward Hopper. As cores, os enquadramentos, a direção
de arte, os figurinos, enfim, toda essa plasticidade estilizada e elegante
confere interesse ao filme.
O diretor Tom Hooper é “especialista” em tramas
históricas, que sempre aborda com grande esmero visual e atenção ao trabalho
dos atores. A primeira qualidade está presente, mas as atuações resultam
comprometedoramente desiguais.
Os personagens Gerda e Hans, importantíssimos para
o suporte pedido por um(a) protagonista muito forte, não recebem intérpretes à
altura. Por isso, a atuação comovente de Eddie Redmayne às vezes destoa do
resto, parecendo meio afetada. O que é injusto com seu esforço no enfrentamento
de um papel dificílimo.
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