Passou quase despercebida a morte do inventor do LSD, aos 102 anos, em abril. Hoffmann descobriu a substância por acaso, em 1938, quando trabalhava no laboratório Sandoz pesquisando remédios para disfunções circulatórias e respiratórias, extraídos da ergotina, um fungo originado no centeio. Cinco anos depois, passou a dedicar-se mais detidamente ao alucinógeno (na foto, ele segura um modelo tridimensional da molécula do LSD).
Seu passeio de bicicleta no dia 19 de abril de 1943, voltando para casa sob os efeitos ainda inexplicados da substância, tornou-se lendário. Hofmann ingeriu centenas de vezes o LSD e outras substâncias alucinógenas de uso ritual. Em sua vasta produção científica, defendeu-os como “remédios para a alma”, ferramentas da psiquiatria para compreender o cérebro, veículos de autoconhecimento e conscientização ambiental.
No tratado autobiográfico “LSD – meu filho problemático”, de 1976, Hofmann associa a experiência psicodélica aos transes místicos vividos por xamãs e seus seguidores desde tempos ancestrais. Também relata como o governo estadunidense bloqueou as pesquisas com o LSD, tentando apropriar-se da substância para fins militares, cerceando estudos e até prendendo cientistas, como Timothy Leary (criticado por Hofmann).
O maior legado pessoal de Hofmann, unânime entre todos os que o conheceram pessoalmente, foi a enorme generosidade e o profundo sentido ético, jamais contaminado por interesses financeiros ou políticos. Os estudos sobre substâncias alucinógenas prosseguem, porém gradativamente distantes dos princípios que nortearam seus pioneiros. Talvez a necessária e inevitável descriminalização das drogas venha a contribuir para resgatá-los.
Há um documentário excelente, produzido pela BBC britânica, intitulado “LSD: the beyond within”. Contêm extensas entrevistas com Hofmann e outros pesquisadores e militantes. Está disponível em partes no Youtube. A primeira delas pode ser vista abaixo.
Seu passeio de bicicleta no dia 19 de abril de 1943, voltando para casa sob os efeitos ainda inexplicados da substância, tornou-se lendário. Hofmann ingeriu centenas de vezes o LSD e outras substâncias alucinógenas de uso ritual. Em sua vasta produção científica, defendeu-os como “remédios para a alma”, ferramentas da psiquiatria para compreender o cérebro, veículos de autoconhecimento e conscientização ambiental.
No tratado autobiográfico “LSD – meu filho problemático”, de 1976, Hofmann associa a experiência psicodélica aos transes místicos vividos por xamãs e seus seguidores desde tempos ancestrais. Também relata como o governo estadunidense bloqueou as pesquisas com o LSD, tentando apropriar-se da substância para fins militares, cerceando estudos e até prendendo cientistas, como Timothy Leary (criticado por Hofmann).
O maior legado pessoal de Hofmann, unânime entre todos os que o conheceram pessoalmente, foi a enorme generosidade e o profundo sentido ético, jamais contaminado por interesses financeiros ou políticos. Os estudos sobre substâncias alucinógenas prosseguem, porém gradativamente distantes dos princípios que nortearam seus pioneiros. Talvez a necessária e inevitável descriminalização das drogas venha a contribuir para resgatá-los.
Há um documentário excelente, produzido pela BBC britânica, intitulado “LSD: the beyond within”. Contêm extensas entrevistas com Hofmann e outros pesquisadores e militantes. Está disponível em partes no Youtube. A primeira delas pode ser vista abaixo.
2 comentários:
Sou a favor de LSD como ***objeto de pesquiza*** certamente. Quem ja tomou sabe disso, mas ainda nao sabe o bastante. Porque nao eh possivel saber "o bastante" a respeito do LSD.
pois bem muito bom o comemorativo 1906 - 2008 produzindo e entendendo os efeitos da descoberta.
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