A venda da Vale do Rio Doce obedeceu ao padrão vigente nos governos FHC: valor irrisório em dinheiro podre e público, favorecimentos aos compradores, pouca ou nenhuma contrapartida posterior. No livro “O Brasil privatizado”, Aloysio Biondi expôs esse desmanche criminoso do aparelho estatal brasileiro. É para estômagos fortes.
Tentaram levar a Petrobras no rapa, mas não deu, por pouco. A Vale, considerando seu potencial na época, foi praticamente doada ao capital privado. É a segunda maior empresa do país, e seu papel estratégico ultrapassa o âmbito dos investimentos de grande porte. Essa história de que ela se valorizou e cresceu graças à privatização é lorota: naquelas condições, qualquer administrador mediano chegaria a resultados equivalentes. E por que tanto medo de discutir a gestão de uma empresa biliardária, que sequer existiria se não fossem os esforços e as verbas do contribuinte?
Quando a imprensa defende Roger Agnelli, está apenas fazendo lobby, provavelmente pago mesmo, no estilo jabá. Mas os interesses são todos interligados. Benjamin Steinbruch, colunista da Folha, esteve entre os compradores da Vale, da qual foi diretor.
Os privatas estão em pânico. Sua causa tem sofrido importantes revezes recentemente. O colapso da Telefonica, as tarifas escorchantes da CPFL e os pedágios paulistas tiveram em comum a generosidade dos administradores tucanos perante um grupo de apaniguados que (surpresa!) apareceram depois como financiadores de campanhas eleitorais. Não custa lembrar que a Vale demitiu, desnecessariamente, mais de 4 mil pessoas, temendo a “crise Míriam Leitão”.
Um pouco mais lesado e o povo começará a entender algo sobre a origem de seus padecimentos.
Um comentário:
Mais Vale dizer que a Petro e a Vale, valem-se de "nosso" estado nação e conduzem com a mão invisível do mercado a direção do vagão... (de minérios O.O)
Abraços
Postar um comentário