Tudo foi um pouco diferente na premiação de domingo.
Ocorreram gafes demais para uma festa sempre tão organizada: o texto errado lido por Cameron Diaz, a ausência de Farrah Fawcett nas homenagens póstumas, a falta da tradicional vinheta de apresentação dos fotógrafos candidatos, o corte abrupto no discurso de agradecimento dos vencedores por documentário longa-metragem (quando estendiam um cartaz para as câmeras), a premiação apressada para melhor filme.
Apesar de bastante previsíveis, como sempre, alguns prêmios parecem absurdos. Sandra Bullock superar atrizes do porte de Hellen Mirren e Meryl Streep? Fala sério. Isso é que é empresário competente. Em termos estritamente cinematográficos, a fotografia de “Avatar” não seria comparável à de “A fita branca”, que também produziu inovações técnicas. E o vitorioso Mauro Fiore não possui o currículo do mestre Robert Richardson (“Bastardos inglórios”), o velhinho da longa cabeleira branca.
Foi um alívio constatar a derrota de “Avatar”, filme fraco e demagógico do supervalorizado James Cameron. A vitória de “Guerra ao terror”, apesar da indigesta apologia aos “nossos meninos do front”, simboliza o fortalecimento de um cinema de idéias, humano, barato. Essa tendência marcou os triunfos de “Crazy heart” (enfim reconheceram Jeff Bridges, o eterno e impagável Dude) e “Preciosa”. A comemoração parece pueril, mas não custa lembrar que a Academia já teve seus momentos de fascínio pela tecnologia inconseqüente. “Guerra ao terror” também ilumina a ignorância dos distribuidores brasileiros, que desprezaram o filme e agora precisarão devolvê-lo correndo ao circuito. Depois reclamam da pirataria.
A premiação do argentino “O segredo de seus olhos” esnobou inexplicavelmente a obra-prima de Michael Heneke, “A fita branca”. Se há alguma coisa positiva nesse equívoco histórico, é propiciar uma urgente discussão sobre os limites criativos do cinema brasileiro e os distorcidos paradigmas de qualidade que o norteiam atualmente.
Ocorreram gafes demais para uma festa sempre tão organizada: o texto errado lido por Cameron Diaz, a ausência de Farrah Fawcett nas homenagens póstumas, a falta da tradicional vinheta de apresentação dos fotógrafos candidatos, o corte abrupto no discurso de agradecimento dos vencedores por documentário longa-metragem (quando estendiam um cartaz para as câmeras), a premiação apressada para melhor filme.
Apesar de bastante previsíveis, como sempre, alguns prêmios parecem absurdos. Sandra Bullock superar atrizes do porte de Hellen Mirren e Meryl Streep? Fala sério. Isso é que é empresário competente. Em termos estritamente cinematográficos, a fotografia de “Avatar” não seria comparável à de “A fita branca”, que também produziu inovações técnicas. E o vitorioso Mauro Fiore não possui o currículo do mestre Robert Richardson (“Bastardos inglórios”), o velhinho da longa cabeleira branca.
Foi um alívio constatar a derrota de “Avatar”, filme fraco e demagógico do supervalorizado James Cameron. A vitória de “Guerra ao terror”, apesar da indigesta apologia aos “nossos meninos do front”, simboliza o fortalecimento de um cinema de idéias, humano, barato. Essa tendência marcou os triunfos de “Crazy heart” (enfim reconheceram Jeff Bridges, o eterno e impagável Dude) e “Preciosa”. A comemoração parece pueril, mas não custa lembrar que a Academia já teve seus momentos de fascínio pela tecnologia inconseqüente. “Guerra ao terror” também ilumina a ignorância dos distribuidores brasileiros, que desprezaram o filme e agora precisarão devolvê-lo correndo ao circuito. Depois reclamam da pirataria.
A premiação do argentino “O segredo de seus olhos” esnobou inexplicavelmente a obra-prima de Michael Heneke, “A fita branca”. Se há alguma coisa positiva nesse equívoco histórico, é propiciar uma urgente discussão sobre os limites criativos do cinema brasileiro e os distorcidos paradigmas de qualidade que o norteiam atualmente.
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