quarta-feira, 25 de maio de 2011

A face política da cannabisfobia


O Supremo Tribunal Federal deve se posicionar em breve acerca da legalidade das Marchas da Maconha no país. A questão já deixou de envolver apenas a estupidez repressiva antidrogas. A tentativa de sabotar o debate chegou a níveis insuportáveis, que exigem uma mobilização imediata dos organismos representativos da sociedade.

Já é absurdo que os organizadores da Marcha tenham de maquiar suas justas reivindicações com a defesa de preceitos constitucionais que protegem até os piores fascistas. Mas vê-los apanhar da polícia e ser arrastados a camburões mesmo quando apelam para as liberdades de expressão e reunião ultrapassa qualquer limite aceitável numa democracia.

Agora a mídia liberal poderia comprovar sua aspiração republicana investigando a tropa de choque do autoritarismo que atua no Congresso, no Ministério Público e no Tribunal de Justiça com o evidente objetivo de criminalizar uma plataforma apoiada por especialistas de diversas áreas. Também a chamada blogosfera “progressista” faria justiça aos seus alegados princípios se rompesse o estranho silêncio que mantém diante do problema. E a esquerda precisa assumir uma posição inequívoca sobre o tema antes que oportunistas se apropriem da paternidade dessa evolução histórica inevitável.

Há quem diga que tudo isso é irrelevante, coisa de maconheiro vagabundo. Pois então do que essas pessoas têm tanto medo? Que uma passeata boba e inofensiva chacoalhe os alicerces da tradição, da família e dos bons costumes? Que o exercício da liberdade contagie setores crescentes da população e inicie uma epidemia de civismo? Ou que todos caiam em si e finalmente repudiem a escalada conservadora em gestação?

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