
A tal Operação Voucher exibe duas características incômodas e bastante conhecidas de quem acompanha as ações da Polícia Federal: espalhafato e oportunismo. Esses vícios antigos dificultam a compreensão do episódio, mas fornecem vasto material para distrair o público enquanto não aparecem os verdadeiros terremotos do governo Dilma.
As investigações no Ministério do Turismo podem apontar para um escândalo sem precedentes, que derrubará a maior quadrilha de sacripantas de Brasília; ou talvez seja apenas outro caso de pequena contravenção, dessas que se multiplicam em toda cidade mediana e que a mídia oposicionista seleciona para constranger seus adversários. Salta à vista do observador desconfiado, no entanto, a reincidência do componente pré-eleitoral no noticiário envolvendo a boa índole purgatória do Ministério Público.
Em poucos meses, é a terceira vez que um aspirante petista à prefeitura de São Paulo aparece nas manchetes direta ou indiretamente misturado ao povo das sombras. Não se discute a inocência, o perfil ou as chances de vitória desses personagens, mas a estranha repetição de uma característica distintiva muito específica, entre tantas possíveis. Quem descobrir qualquer outra coincidência ganha um boneco do Kassabinho autografado por José Serra.
As próximas atividades da PF e do MP indicarão se Fernando Haddad tem realmente alguma chance na campanha.
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