quinta-feira, 17 de novembro de 2011
O lugar da polícia
Defendi a ocupação das regiões carentes pelas forças de segurança (exército incluso) antes mesmo que alguém falasse nas UPPs. Apesar do espetáculo da truculência e dos abusos contra cidadãos inocentes, não vejo outra saída institucional para o domínio do crime organizado sobre aquelas áreas. E penso que chegou a hora da esquerda enfrentar esse debate com uma visão mais ampla e realista, que não se restrinja à natureza social do problema.
Mas é sempre necessário apontar o perigo da generalização “traficantes” que a mídia corporativa usa para identificar os malfeitores. Repito: se eles vivessem apenas da venda de entorpecentes, não possuiriam tamanho poderio bélico. A droga insere-se num leque vasto de atividades criminosas muito mais rentáveis e lesivas, cuja extensão as autoridades preferem ocultar.
O consumo recreativo, medicinal, ritual e até patológico de substâncias alteradoras da consciência vem de tempos imemoriais. Sempre houve e sempre haverá demanda por drogas. Elas ajudam a financiar o banditismo apenas porque são proibidas. A criminalização dos usuários interessa também a conveniências repressivas de variadas estirpes, que precisam de boas desculpas para descer o sarrafo em adolescentes “vagabundos”. Por isso os defensores de Geraldo Alckmin comemoram a ação na Rocinha, como se a USP fosse o último rincão da criminalidade paulistana. Afinal, tudo é uma questão de prioridade administrativa.
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