Mais uma vez o Estatuto da Criança e do Adolescente serve como pretexto para o cerceamento da expressão artística. Depois do veto ao filme “A Serbian Film”, agora é a vez do instituto Oi Futuro cancelar uma exposição da fotógrafa Nan Goldin.
O primeiro caso foi de censura mesmo, flagrantemente inconstitucional, pois envolveu o Judiciário. Já a autonomia do expositor privado é quase indiscutível, embora o eventual uso de dinheiro público (via renúncia fiscal) pressuponha contrapartidas que deveriam justamente dificultar medidas unilaterais desse tipo.
Existe aí uma boa oportunidade para refletirmos sobre a burocracia empresarial que administra as verbas culturais no país. Mas também é necessário lembrar que o arbítrio só atingiu uma artista da relevância de Nan Goldin (um dos maiores destaques da última Bienal de São Paulo) porque o escandaloso banimento daquele filmeco apelativo foi tratado como um caso irrelevante de provincianismo conservador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário