quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Remoto



A gritaria em torno do Big Brother ajuda a elevar sua audiência e lhe confere uma visibilidade nova em fóruns de discussão que normalmente o ignorariam. A Globo conseguiu salvar o programa do desinteresse geral e criou uma boa oportunidade para veicular suas pomposas declarações de princípios.

Apesar das costumeiras bravatas dos patrulheiros da moral progressista, acho que não houve exagero na reação da militância feminina. E fico bastante satisfeito em perceber que ela teve direta responsabilidade nas duas ou três horas de reuniões indignadas que esfumaçaram os gabinetes globais nestes dias. Mas gostaria de ver mais comentaristas questionando a veracidade da cena de estupro e sua conveniência para (quase) todos os envolvidos.

O caso é grave sim, ainda que tenha sido forjado. Ao mesmo tempo, contudo, parece-me que alguns exageram seu alcance ou, no mínimo, imputam-lhe uma simbologia que esbarra na paranóia transcendental. Defender a proibição do BBB, especialmente com base no discutível mantra “valores éticos da pessoa e da família”, é uma resposta equivocada ao problema. Seria mais produtivo, por exemplo, debater a previsível omissão da suposta vítima (que tende a anular as implicações legais do qüiproquó), à luz do que ocorre cotidianamente em todas as delegacias do país.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom o texto. Infelizmente, mesmo alguém como eu, que procura de todas as formas ficar alheio ao que se passa na grade de baixarias da TV não pude deixar de me inteirar sobre o assunto.
Fiquei conhecendo esse teu blog via blog do Edu e vou repassar aos conhecidos.

Henrique disse...

E a PRIVATARIA TUCANA?
Já caiu no esquecimento?
Nãaaaaaooooo!
Ahhh Táaa!
Caiu no golpe do Plim! Plim!