sexta-feira, 29 de junho de 2012

Nos labirintos do UOL V















Epílogo: “Noves fora, nada”

Somando as evidências, concluo que os problemas do novo modelo de acessos restritos da Folha foram sanados durante a semana, após muitas reclamações dos assinantes. No final das contas, não era algo que eu pudesse resolver, nem com ajuda externa. Instalei outro navegador à toa.

O suporte do UOL revelou-se idêntico ao das inclassificáveis operadoras de TV a cabo e outros famosos campeões de desrespeito. Os funcionários do portal que me atenderam pareciam autômatos programados para seguir uns passos rudimentares de configuração que qualquer néscio tecnológico adivinha antes mesmo de procurar auxílio. Esgotada essa cartilha rasa, os robôs entraram em modo acusatório: usando o jargão da má-vontade burocrática, cheio de gerúndios ridículos e formalidades capengas, trataram de empurrar a responsabilidade e livrar-se da inconveniência.

Exigir que o cliente baixe programas indesejados para “teste” e depois os mantenha porque só eles funcionam é uma solução de mentirinha, um remendo canhestro indigno de serviços remunerados. Mas o pior vem depois que os improvisos se esgotam, ou quando o assinante ensaia indagações que fogem ao tatibitate do ofício. Existe um ponto de impasse a partir do qual a turma desiste de você e vai embora. Não adianta espernear.

Talvez demore a deixar o UOL, devido às dificuldades logísticas envolvidas, mas já começo a estudar essa possibilidade, que não existia há uma semana. A experiência trincou o verniz de confiança que eu depositava nos serviços do portal, esse pacto implícito que embasa toda relação duradoura de consumo. O único retorno mais ou menos prestativo que recebi partiu da Folha, embora com as mesmas limitações binárias de suporte. Mas isso não serve como alento, porque eu não assino o jornal. A rigor, o acesso ao seu conteúdo é um serviço prestado pelo UOL, que deveria responder por ele, pouco importando de quem era a culpa.

Acostumada aos cartéis e às práticas lesivas do mundo analógico, a direção do UOL descobrirá cedo ou tarde que a internet exige um padrão diferente de profissionalismo e competência.

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