segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Medalha, medalha, medalha



















Ficou difícil entender o que querem certos cronistas esportivos, além de reclamar a qualquer pretexto.

Quando pareceu que a delegação brasileira não igualaria seus resultados de Pequim, a soma das medalhas ganhou suma importância. Menos de quinze era um fracasso. Agora que a marca histórica foi superada, esse critério ficou irrelevante.

Quer dizer, nem tanto. Os pódios continuam significativos, mas apenas para corroborar a frustração de expectativas. Dezessete é pouco para o investimento. Vigésimo segundo lugar, atrás do Irã e da Jamaica! Mas se alguém responder “Junto com Espanha e na frente de Canadá, Noruega e Índia!”, será chamado de ufanista.

Há quem diga que foi, além de pouco, esperado. Mas quem realmente adivinhou qualquer dos resultados obtidos? Na verdade, tanto as conquistas quanto as derrotas foram surpreendentes e contrariaram todas as previsões. E que números separam o “pouco” do “razoável” e este do “bom”? Existe uma verba “justa” por medalha alcançada? Devemos financiar apenas vencedores? E o que caracteriza uma legítima vitória?

Se troféus pendurados nos pescoços servem como critério global, não há por que diminuir a evolução do esporte olímpico brasileiro. Mas se queremos analisar o tema a fundo, precisaremos esquecer os pódios e discutir cada modalidade e seus respectivos atletas, a partir de dados objetivos, sem patriotadas, complexos ou rancores partidários. Confio no segundo caminho.

Um comentário:

Vania disse...

Como sempre, de forma lúcida e ponderada, você sugere um caminho mais do que sensato. E tremendamente difícil aqui entre nós! Acho que nossos compatriotas não conseguem mesmo trilhar esse percurso da sensatez. Parecem totalmente voltados para os vexames extremos!