Ficou difícil entender o que querem certos
cronistas esportivos, além de reclamar a qualquer pretexto.
Quando pareceu que a delegação brasileira não
igualaria seus resultados de Pequim, a soma das medalhas ganhou suma importância.
Menos de quinze era um fracasso. Agora que a marca histórica foi superada, esse
critério ficou irrelevante.
Quer dizer, nem tanto. Os pódios continuam
significativos, mas apenas para corroborar a frustração de expectativas.
Dezessete é pouco para o investimento. Vigésimo segundo lugar, atrás do Irã e
da Jamaica! Mas se alguém responder “Junto com Espanha e na frente de Canadá,
Noruega e Índia!”, será chamado de ufanista.
Há quem diga que foi, além de pouco, esperado. Mas
quem realmente adivinhou qualquer dos resultados obtidos? Na verdade, tanto as conquistas
quanto as derrotas foram surpreendentes e contrariaram todas as previsões. E que números separam o “pouco” do “razoável” e
este do “bom”? Existe uma verba “justa” por medalha alcançada? Devemos
financiar apenas vencedores? E o que caracteriza uma legítima vitória?
Se troféus pendurados nos pescoços servem como
critério global, não há por que diminuir a evolução do esporte olímpico
brasileiro. Mas se queremos analisar o tema a fundo, precisaremos esquecer os
pódios e discutir cada modalidade e seus respectivos atletas, a partir de dados
objetivos, sem patriotadas, complexos ou rancores partidários. Confio no
segundo caminho.
Um comentário:
Como sempre, de forma lúcida e ponderada, você sugere um caminho mais do que sensato. E tremendamente difícil aqui entre nós! Acho que nossos compatriotas não conseguem mesmo trilhar esse percurso da sensatez. Parecem totalmente voltados para os vexames extremos!
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