Chego a lamentar que o deputado Protógenes Queiroz (PC do B – DF) tenha desistido de sua cruzada contra o filme “Ted”. Seria divertido vê-lo afundar na desmoralização pública por tamanha irracionalidade.
O episódio é tão caricato que nos arriscamos a
perder de vista sua natureza assustadora. A mera proposição de que uma obra fictícia realiza apologia ao crime já soa indigna de alguém cujo ofício demanda
conhecer as doutrinas constitucionais. Mas quando um deputado federal defende o
veto a uma comédia cinematográfica por causa de um ursinho de pelúcia
maconheiro, os contribuintes ganham motivos para questionar se ele está mesmo
apto a desempenhar suas nobres funções.
A esquerda poderia aproveitar a chance para
afugentar esse moralismo autoritário que cada vez mais transforma seus quadros em personagens típicos do campo conservador. Depois, quando for acusado
de atentar contra a liberdade de expressão, o pessoal vai sentir falta de
precedentes abonadores.
Mas agradeço ao atento legislador pela dica
cinematográfica. Andava meio sem opções nesta semana...
Um comentário:
Não vi o filme. Minha filha que mora na Alemanha viu e disse que quase "morreu" de tanto rir! Também fiquei com vontade de ver. Vou aguardar ansiosamente pelos seus comentários.
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