Comédia apelativa dirigida por Seth MacFarlaine, criador
do hilariante seriado de animação “Uma família da pesada”. Ele próprio dubla tanto
o urso do filme quanto alguns personagens do desenho, o que faz com que o bicho
soe às vezes feito Peter Griffin e o cachorro Brian. Mila Kunis, aliás, costuma
emprestar sua voz à garota Meg.
Não chega aos níveis mordazes da série, embora
mantenha o humor “politicamente incorreto” (desconfio desse rótulo para o caso),
cheio de alusões cinematográficas e musicais aos anos 80 e 90. Há uma
originalidade inegável nesse misto de auto-ironia e cinismo, de fábula
edificante e bestialidade, de subcultura nerd e crítica corrosiva ao moralismo
hegemônico da sociedade norte-americana.
Como acontece no desenho, apesar do recurso ao
grotesco, as pessoas da geração do diretor terão mais facilidade para entender
as referências. Infelizmente, usa pouco os impagáveis flashbacks que se
tornaram sua marca registrada, mas certas aparições de celebridades são quase
inacreditáveis.
Tem lá sua graça, muito por conta da fofura e da
simpatia do ursinho maconheiro. Mas imaginar Protógenes Queiroz assistindo ao
filme com o filho de onze anos deixa tudo verdadeiramente impagável.
Um comentário:
Fui ver o filme no fim de semana. E o achei tremendamente moralista. Sinceramente, não sei se eu e o deputado Protógenes assistimos ao mesmo filme. "Ted", ao contrário do que poderia sugerir a publicidade, tem um enredo mais do que previsível: o mocinho fica com a mocinha no final, tem uma louca perseguição de automóvel no meio e tudo termina em casamento. Mais cinemão norte-americano impossível! Parece que o diretor não entregou o que prometeu: a irreverência é pequena e a graça pretendida foi buscada na apelação das cenas de sexo. Enfim, nada demais...
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