segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Um resumo possível
















Qualquer análise das eleições que negligencie fatores locais estará fadada ao equívoco. Mas, se podemos esboçar algum balanço genérico dos novos cenários municipais, é forçoso reconhecer a vitória política do governo federal.

A base aliada conquistou 60% do total das prefeituras e o mesmo índice entre as 83 cidades acima de 200 mil habitantes. Partido mais votado no país, o PT continua sendo a grande força mobilizadora desse grupo: aumentou em 77 o número de administrações (só o PSB superou essa marca) e governará cerca de 20% do eleitorado brasileiro.

Individualmente, Dilma Rousseff e Luis Inácio Lula da Silva revelaram-se fenômenos de persuasão eleitoral. Foram citados por candidatos de todas as filiações e até por adversários históricos da esquerda. O PSB jamais conquistaria as festejadas cinco capitais e outras tantas cidades grandes se não desfrutasse da popularidade avassaladora de Lula e Dilma, ou se enfrentasse os seus preferidos.

As relevantes vitórias pontuais dos partidos oposicionistas não amenizam sua evidente decadência como forças nacionais. O DEM perdeu 218 prefeituras e o PSDB, 89. Ambos venceram apenas duas eleições no Rio de janeiro e nove na Bahia, para citar exemplos de peso. Mesmo em Minas Gerais, com a influência de Aécio Neves, seu partido superou o PT em apenas 29 conquistas, diferença que equivale a míseros 3% do total no estado. PPS e PV, somados, não atingem 5% das cidades brasileiras.

Mistificação comum no jornalismo corporativo, a suposta apoteose do PSB rumo a 2014 não encontra respaldo estatístico. O partido ultrapassou os 15% das prefeituras somente no Espírito Santo, no Ceará, no Piauí, no Amapá e em Pernambuco. Teve 11% no Tocantins e não chegou a 8% nos outros estados. No Sudeste, só passou os 5% com as oito prefeituras fluminenses. A influência de Eduardo Campos fora de Pernambuco depende das alianças dos seus correligionários com as máquinas locais (especialmente as demotucanas) que os usaram para inventar uma fachada governista.

Um comentário:

Vania disse...

Hà de se notar que a "imprensa" nativa já está fazendo um grande esforço para dizer que a oposição se fortaleceu, e que Eduardo Campos (PSB) vai sair da base aliada para se juntar aos demo-tucanos em 2014. Ou quem sabe, em 2018. A ver! Também tenho certa incapacidade de enxergar esse tremendo apelo eleitoral de Eduardo Campos. Sem o apoio de Lula e Dilma, será? A ver!