A eleição de Roberto Azevêdo para comandar a
Organização Mundial do Comércio é o maior triunfo internacional do governo
Dilma Rousseff e um dos mais importantes da história da diplomacia brasileira. Também
possui um valor simbólico relevante, ao derrotar a candidatura apoiada em bloco
por EUA e países europeus, e suas iniciativas no sentido de enfraquecer o
multilateralismo no comércio mundial.
A imprensa corporativa silencia a respeito de
ambos os aspectos. Principalmente porque os apocalípticos analistas econômicos,
sempre ávidos em anunciar a catástrofe brasileira iminente (e jamais
constrangidos a explicar seus reiterados equívocos nesse aspecto), precisariam admitir
os desdobramentos geopolíticos da crise financeira que abala os chamados “desenvolvidos”.
Em poucas palavras, o isolamento das potências mais alinhadas ao neoliberalismo
predatório que norteia os projetos conservadores locais.
O caráter regional do desastre incomoda o
provincianismo colonizado que procura globalizá-lo a todo custo. A bem-sucedida
estratégia brasileira de resistência ao colapso, além de não seguir a cartilha especulativa
do colunismo econômico, irrita-o ainda mais quando recebe o consagrador
reconhecimento de um bloco outrora alinhado aos atuais protagonistas da
bancarrota.
É questão de tempo e oportunidade para o fantasma da inflação voltar ao noticiário com ódio renovado.
2 comentários:
Ele já voltou, Guilherme. Hoje cedo, na Rádio Itatiaia, deram quinze minutos de palanque para o Aécio Neves fazer um discurso reclamando que o governo não se preocupa em conter a inflação, que já estaria (segundo ele) próximad de 14% ao ano.
José, é a pura verdade. Aécio tem batido reiteradamente no tema da inflação. Por enquanto, me parece um teste de hipóteses destinado a formar o programa eleitoral tucano. Logo virão outros ensaios, para aferição das pesquisas.
Acho que até faz parte do jogo. Mas o que não dá para aceitar é a atuação de comentaristas econômicos em prol desse projeto.
Abraço do
Guilherme
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