quinta-feira, 9 de maio de 2013

A crise da crise














A eleição de Roberto Azevêdo para comandar a Organização Mundial do Comércio é o maior triunfo internacional do governo Dilma Rousseff e um dos mais importantes da história da diplomacia brasileira. Também possui um valor simbólico relevante, ao derrotar a candidatura apoiada em bloco por EUA e países europeus, e suas iniciativas no sentido de enfraquecer o multilateralismo no comércio mundial.

A imprensa corporativa silencia a respeito de ambos os aspectos. Principalmente porque os apocalípticos analistas econômicos, sempre ávidos em anunciar a catástrofe brasileira iminente (e jamais constrangidos a explicar seus reiterados equívocos nesse aspecto), precisariam admitir os desdobramentos geopolíticos da crise financeira que abala os chamados “desenvolvidos”. Em poucas palavras, o isolamento das potências mais alinhadas ao neoliberalismo predatório que norteia os projetos conservadores locais.

O caráter regional do desastre incomoda o provincianismo colonizado que procura globalizá-lo a todo custo. A bem-sucedida estratégia brasileira de resistência ao colapso, além de não seguir a cartilha especulativa do colunismo econômico, irrita-o ainda mais quando recebe o consagrador reconhecimento de um bloco outrora alinhado aos atuais protagonistas da bancarrota.

É questão de tempo e oportunidade para o fantasma da inflação voltar ao noticiário com ódio renovado.

2 comentários:

José Geraldo Gouvea disse...

Ele já voltou, Guilherme. Hoje cedo, na Rádio Itatiaia, deram quinze minutos de palanque para o Aécio Neves fazer um discurso reclamando que o governo não se preocupa em conter a inflação, que já estaria (segundo ele) próximad de 14% ao ano.

Unknown disse...

José, é a pura verdade. Aécio tem batido reiteradamente no tema da inflação. Por enquanto, me parece um teste de hipóteses destinado a formar o programa eleitoral tucano. Logo virão outros ensaios, para aferição das pesquisas.
Acho que até faz parte do jogo. Mas o que não dá para aceitar é a atuação de comentaristas econômicos em prol desse projeto.
Abraço do
Guilherme