Os viajantes acabam de passar maus bocados no
aeroporto de Nova York. Vôos cancelados, desinformação geral, atendentes
grosseiros, descaso das companhias, autoridades omissas, gente espalhada pelo
chão. A coisa durou vários dias, causando prejuízos incalculáveis. E começou bem
antes da famosa frente polar que agora toma o noticiário.
Nada muito diferente do que se costuma sofrer
(particularmente o estrangeiro) nos principais aeroportos do mundo em situações
críticas. A diferença é que aqui a mídia corporativa chama isso de “apagão”,
enquanto nos casos gringos busca uma justificativa razoável e esquece rapidinho.
Se o circo nova-iorquino ocorresse em Cumbica ou
no Galeão, as primeiras páginas brasileiras fariam bafafás homéricos. “Imagina
na Copa”, rosnariam os colunistas solidários. Não se falaria em outra coisa por
semanas.
O transporte aéreo civil está saturado nas grandes cidades estadunidenses e européias há tempos, chegando às vezes a um nível de
bagunça que talvez jamais tenhamos conhecido. Alguns (poucos) aeroportos são
colossos arquitetônicos, mas basta uma nevasca ou uma greve para a empáfia
primeiro-mundista virar do avesso.
O engraçado de tudo isso é que os nossos bravios
colunistas estão cansados de sofrer nos apagões internacionais. Mas, lá fora,
tratados como bestas, metem os rabos entre as pernas e reservam o orgulho para
despejá-lo contra o país que odeiam.
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