quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Apagation


















Os viajantes acabam de passar maus bocados no aeroporto de Nova York. Vôos cancelados, desinformação geral, atendentes grosseiros, descaso das companhias, autoridades omissas, gente espalhada pelo chão. A coisa durou vários dias, causando prejuízos incalculáveis. E começou bem antes da famosa frente polar que agora toma o noticiário.

Nada muito diferente do que se costuma sofrer (particularmente o estrangeiro) nos principais aeroportos do mundo em situações críticas. A diferença é que aqui a mídia corporativa chama isso de “apagão”, enquanto nos casos gringos busca uma justificativa razoável e esquece rapidinho.

Se o circo nova-iorquino ocorresse em Cumbica ou no Galeão, as primeiras páginas brasileiras fariam bafafás homéricos. “Imagina na Copa”, rosnariam os colunistas solidários. Não se falaria em outra coisa por semanas.

O transporte aéreo civil está saturado nas grandes cidades estadunidenses e européias há tempos, chegando às vezes a um nível de bagunça que talvez jamais tenhamos conhecido. Alguns (poucos) aeroportos são colossos arquitetônicos, mas basta uma nevasca ou uma greve para a empáfia primeiro-mundista virar do avesso.

O engraçado de tudo isso é que os nossos bravios colunistas estão cansados de sofrer nos apagões internacionais. Mas, lá fora, tratados como bestas, metem os rabos entre as pernas e reservam o orgulho para despejá-lo contra o país que odeiam.

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