segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

#Nãovaitergreve














Conforme previsto, derreteu a greve ameaçada pelos jogadores de futebol. A amarelada ocorreu quando os insatisfeitos e seus apoiadores descobriram que um movimento reivindicatório é, por definição, político. Exige pauta, liderança, agenda de negociações, um antagonista a ser confrontado.

Alguém realmente imaginou os atletas corintianos exigindo melhores condições de trabalho da diretoria do clube? Enfrentando na Justiça as torcidas organizadas? Denunciando a incompetência das forças policiais comandadas por Geraldo Alckmin?

A imprensa esportiva insuflou a rebeldia porque esta ajuda na desmoralização da Copa do Mundo. Se quisessem mesmo abordar a flagrante decadência do futebol brasileiro, os jornalistas começariam discutindo os danos causados ao esporte pelos privilégios financeiros do próprio Corinthians. Benefícios que, aliás, financiam os seus elencos supervalorizados, os empresários obscuros e até o banditismo uniformizado.

A prova cabal da politização que motivou a solidariedade midiática é exatamente a recusa a estendê-la para as verdadeiras origens políticas dos problemas. Os Bons Sensos da vida são muito bacanas enquanto não pleitearem medidas para impedir a exploração dos times interioranos pelo cartel da CBF. A segurança dos jogadores e das torcidas justifica honrosas gritarias, desde que não atinjam tucanos candidatos a reeleição.

Porque aí fica demais até para os funcionários do time da Globo.

Um comentário:

L'Axiome disse...

Lembro de uma entrevista em campo que O Rogério Ceni dizia que não era um movimento político, que se fosse político ele caía fora... Triste país que a política é entendida como algo exterior às relações humanas.